A BELEZA DO BELO
A beleza é sempre encontrada naquilo que
achamos belo. O belo está onde cada um considera que está, razão pela qual se
diz que, quem feio ama, bonito lhe parece. Eu tomo a liberdade de acrescentar
que o belo não parece, mas é de facto, porque quem considera que algo é belo,
não vai pela opinião dos outros, mas pelo seu próprio sentir. Mas, como é
evidente, há quem vá atrás dos outros e não veja pelos seus próprios olhos, mas
pelos dos outros… como se fosse o meio a ditar os seus gostos, a sua opinião e
os seus sentimentos.
Também, não há no Universo quem
possa dizer, verdadeiramente, que não é influenciável, mesmo aqueles que juram
a pés juntos que o não são. Agora, como é evidente, cada pessoa é uma pessoa,
existindo indivíduos que aceitam quase tudo o que lhes é sugerido, como há quem
recuse quase todo o tipo de influências, fazendo-os acreditar que as ideias
lhes pertence. Mas também não é verdade!
Contudo, os meus olhos, ou o meu
sentir, consideram ser a beleza, um conjunto de factores e não uma coisa única
e independente. Há quem compare o indivíduo a uma maçã. A fruta tal como uma
pessoa, pode estar luzidia, avermelhada e tão atractiva, que faz até “correr
água na boca” mas, quando olhamos para o que está dentro, é que se pode dizer,
uma desilusão total…
“ Olha duas vezes para veres o
exacto; olha só uma para veres o belo.”- Henri-Frédéric Amiel.
Referindo-me à beleza das
pessoas, é evidente que a primeira impressão que temos em relação a alguém, é a
que exterioriza e essa, a que salta à vista, é como uma embalagem e, como tal,
é difícil sabermos o que está dentro. Ao contrário, também é verdade! Quantas
vezes olhamos para um indivíduo e, de forma
preconceituosa, chegamos a
conclusões apressadas, pela negativa. Mas, ao tomarmos consciência da sua real condição,
daquilo que é, e não aquilo que aparenta ser, mudamos de ideias. A “embalagem”
induziu-nos em erro!
O grande poeta
algarvio, António Aleixo, numa das suas quadras, dá-nos uma ideia bem
ilustrada, em relação às aparências: “ Dizem que pareço um ladrão/ Mas há
tantos que eu conheço/ Não parecendo aquilo que são/ São aquilo que eu pareço”.
Infelizmente, a sociedade
valoriza demasiado a aparência, talvez por isso, há cada vez mais gente que
aparenta o que não é, para poder ser aceite socialmente. A sociedade tem a sua
beleza, mas a verdade é que, por outro lado, cria estigmas, leis perversas,
geralmente para espezinhar os mais fracos, os menos belos e os mais
desgraçados…
“ Não é a beleza que inspira a paixão
mais profunda. A beleza sem graça é um anzol sem isco. A beleza sem expressão
cansa” – Emerson.