O DINHEIRO
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Falar de dinheiro, é
como fazermos referência a um deus ou a um diabo, por se tratar de algo que
vale e tem a força que lhe damos. A adoração que muitos lhe têm é semelhante á
crença divina, enquanto outros desprezam-no como se tratasse de uma força diabólica.
O certo é que, tal como qualquer moeda, O DINHEIRO
Tem duas faces, ambas de metal,
podendo-se dizer que de um lado está o bem e no outro o diabo porque, embora o
dinheiro não passe de papel ou metal, é o homem que representa o bom ou o mau
que lhe é atribuído, sendo também o próprio homem que tem que ser
responsabilizado pelo que faz e da forma como o utiliza.
Fermin de Alcaraz diz que: “Há no
dicionário três palavras que causam a ruína do rico e três outras que causam o
bem-estar do pobre; as primeiras são «luxo». «Ambição» e «soberania» as
segundas, «trabalho», «honradez» e «poupança».”
O dinheiro favorece todo o tipo de loucuras ao ponto de
haver quem encomende a morte de outros com um punhado de moedas. Países entram
em guerras por um poço de petróleo, sem qualquer respeito pela vida humana,
existindo até quem venda a alma quando vê luzir as chapinhas metálicas. Quantas
pessoas estão em listas de espera, para serem tratadas por meios médicos? Por
vezes levam meses e até anos, à espera de uma consulta ou de uma operação
cirúrgica. É evidente que, quem tem dinheiro para se tratar, consegue com
rapidez acesso aos meios adequados de tratamento. Nestes casos o dinheiro tem
uma faceta divina, enquanto aqueles de bolso vazio, em desespero, com fome e
com doenças por tratar acham que não ter dinheiro é o diabo.
A maior parte das fortunas encerram
grandes segredos e, apesar do dinheiro não dar felicidade, penso que não haverá
alegria entre aqueles que, de barriga vazia, se embriagam nas ideias do nada
ter. Contentar-se com pouco não é preocupante, o que preocupa muita gente é
perceberem que mais dia, menos dia podem tudo perder…e perdem, porque ninguém
leva, seja o que for, para as regiões ignotas de uma qualquer dimensão ou Além.
Muita gente vive pobre e morre
rica. Acumula riqueza, mas faz vida de pobre, só para não gastar e, depois de
morrerem, outros se apoderam daquilo que amealharam gananciosamente durante uma
vida inteira … Ricos com mentalidades pobres, e de tanta pobreza de espírito
tornam-se estúpidos.
Jean Jacques Rousseau diz que a
igualdade na riqueza deve residir em que nenhum cidadão seja tão rico que possa
comprar outro, nem nenhum tão pobre que precise de se vender.
O dinheiro tanto leva um
indivíduo a sentir-se um escravo como um senhor, mas o ambicioso desmedido
passa por cima da família, dos amigos e até dos próprios irmãos, para atingir
os seus doentios objectivos.
O dinheiro é um mal necessário,
que atrai falsos amigos e verdadeiros traidores.
PROF.HERRERO
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