5/29/2009

À PROCURA DE NÓS

À PROCURA DE NÓS



Quando sentimos uma crise dentro de nós, significa que algo se movimenta e que está em mudança. Quando nos referimos a crise, transmitimos sempre uma carga negativa na nossa apreciação, quer em relação a nós mesmos quer em relação à política ou mesmo em relação à economia.
Não me parece que as coisas em si sejam negativas, dependem sempre da nossa apreciação, o mesmo acontecendo em relação a nós mesmos. Somos aquilo que achamos que somos. Apelidarmos de crise certos acontecimentos é ouvirmos um sinal, em forma de alarme, para que haja uma transformação ou mudança, principalmente quando vivemos uma vida que não se ajusta ao que a nossa identidade necessita. Quando o nosso caminho, aquele que decidimos trilhar não nos convence a nossa identidade fica ressentida.
É necessário olharmos para a vida sem a complicarmos. Se existe uma qualquer realidade que faz parte de nós, temos que nos adaptar a essa realidade mas de maneira que seja de acordo com o nosso gosto.
Se sonhamos demasiado sem passarmos à acção e falamos em metas sem as cumprirmos, pouco ou nada conseguimos daquilo que desejamos. Recebemos em troca uma mão cheia de infelicidade.

CONSELHOS

Para uma identidade própria, sem crises, cada pessoa deve mudar a percepção da sua auto - imagem. Quando a auto – imagem é negativa influencia variadíssimos aspectos da vida.
A auto – estima desenvolve-se mais quando procuramos descobrir que temos muita gente que nos valoriza e nos quer bem. Uma baixa auto – estima leva-nos a sentir como que abandonados ou excluídos.
EVITAR PERDER O RUMO – Apesar de nos podermos programar mentalmente, traçando um destino para a nossa vida, o que se torna mesmo necessário é termos as metas bem definidas, os objectivos bem delineados, para que nos façam perceber que não estamos perdidos e que temos domínio sobre nós mesmos.
Para nos encontrarmos também temos que sentir que somos responsáveis. Contudo, uma das maneiras para sentirmos a nossa personalidade fortalecida, isto é, a nossa própria identidade, é pertencermos a um grupo.
Em todas as circunstâncias devemos evitar ter comportamento de adolescente. Nestas idades, a confusão domina o indivíduo, levando-o a concluir que não sabe quem é nem o que vai ser. Daí o desejo de se identificar com um grupo. Veste-se, fala, comporta-se e pensa de igual maneira, tal como os demais, aqueles que compõe o “clã”.
Há quem, para sair da crise de identidade se refugie no trabalho, o que, segundo opinião dos psicólogos é uma péssima opção. Igualmente existe quem viva só para ele, porque tem imensa dificuldade em viver para o meio que o rodeia. Há quem perca praticamente a identidade por se tornar dependente do parceiro (dependência afectiva).
A vida é uma contínua movimentação no sentido de fechar e abrir etapas. Este facto pode levar-nos a uma consciência maior sobre nós mesmos. O adulto, compreendendo o leque de possibilidades que o envolve reconhece que, a cada passo, é possível mudar adoptando novas cores.
Identificar uma crise normativa (que é normal) e conseguir superá-la é um grande passo para que não aconteçam coisas mais complicadas.
Sem que seja uma obsessão, devemos procurar fora das crises, rasgos da nossa verdadeira identidade. Procurarmos saber quem somos é um direito que nos assiste. Só saímos fortalecidos quando vencemos as adversidades. Desta forma, ficamos com as energias renovadas e com a sensação que estamos mais fortes concluindo-se assim, de que também as crises são necessárias.