1/22/2014

A BELEZA DO BELO

 A beleza é sempre encontrada naquilo que achamos belo. O belo está onde cada um considera que está, razão pela qual se diz que, quem feio ama, bonito lhe parece. Eu tomo a liberdade de acrescentar que o belo não parece, mas é de facto, porque quem considera que algo é belo, não vai pela opinião dos outros, mas pelo seu próprio sentir. Mas, como é evidente, há quem vá atrás dos outros e não veja pelos seus próprios olhos, mas pelos dos outros… como se fosse o meio a ditar os seus gostos, a sua opinião e os seus sentimentos.
Também, não há no Universo quem possa dizer, verdadeiramente, que não é influenciável, mesmo aqueles que juram a pés juntos que o não são. Agora, como é evidente, cada pessoa é uma pessoa, existindo indivíduos que aceitam quase tudo o que lhes é sugerido, como há quem recuse quase todo o tipo de influências, fazendo-os acreditar que as ideias lhes pertence. Mas também não é verdade!

Contudo, os meus olhos, ou o meu sentir, consideram ser a beleza, um conjunto de factores e não uma coisa única e independente. Há quem compare o indivíduo a uma maçã. A fruta tal como uma pessoa, pode estar luzidia, avermelhada e tão atractiva, que faz até “correr água na boca” mas, quando olhamos para o que está dentro, é que se pode dizer, uma desilusão total…

“ Olha duas vezes para veres o exacto; olha só uma para veres o belo.”- Henri-Frédéric Amiel.

Referindo-me à beleza das pessoas, é evidente que a primeira impressão que temos em relação a alguém, é a que exterioriza e essa, a que salta à vista, é como uma embalagem e, como tal, é difícil sabermos o que está dentro. Ao contrário, também é verdade! Quantas vezes olhamos para um indivíduo e, de forma
preconceituosa, chegamos a conclusões apressadas, pela negativa. Mas, ao tomarmos consciência da sua real condição, daquilo que é, e não aquilo que aparenta ser, mudamos de ideias. A “embalagem” induziu-nos em erro!
O grande poeta algarvio, António Aleixo, numa das suas quadras, dá-nos uma ideia bem ilustrada, em relação às aparências: “ Dizem que pareço um ladrão/ Mas há tantos que eu conheço/ Não parecendo aquilo que são/ São aquilo que eu pareço”.
Infelizmente, a sociedade valoriza demasiado a aparência, talvez por isso, há cada vez mais gente que aparenta o que não é, para poder ser aceite socialmente. A sociedade tem a sua beleza, mas a verdade é que, por outro lado, cria estigmas, leis perversas, geralmente para espezinhar os mais fracos, os menos belos e os mais desgraçados…

“ Não é a beleza que inspira a paixão mais profunda. A beleza sem graça é um anzol sem isco. A beleza sem expressão cansa” – Emerson.