12/28/2009


MUDANÇA

Esta é a altura que mais sugere mudança. Mudar parece ser a palavra de ordem. Mudar para melhor, obviamente. Parece que toda a gente quer mudar, desejando transformar ideias e comportamentos negativos em energias positivas. Mas o ser está constantemente em mudança, mesmo que não se aperceba. Ninguém é o mesmo, de momento para momento, só a memória identifica o indivíduo, embora a transformação seja lenta, tal como o ponteiro dos segundos nos relógios do tempo que, por mais que estejamos com atenção, não conseguimos ver a sua marcha. A nível de células acontece o mesmo. Elas estão permanentemente a transformar o ser, mas quem está a vê-lo, de forma assídua, não se apercebe dessa transformação.
Mas não é propriamente destas mutações que a minha pena quer escrever, mas sim sobre a mudança do ser e do meio que o envolve. Nesta base, veja-se a quantidade de argumentos que são apresentados, quer em livros, quer em palestras, em cursos e nos diferentes meios de comunicação. Mas a mudança, embora necessária, acarreta riscos. São os casais e os desentendimentos, as famílias, os empregos e desempregos e em tudo o que achamos que mudar para melhor nos pode trazer a felicidade.

“ Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades.” – Luís de Camões.

Confúcio acha que, quem pretenda felicidade e sabedoria constantes, deverá habituar-se a mudanças frequentes e, Heraclito diz que o Sol renova-se todos dias, não deixando por isso de ser eternamente novo.
Nada é permanente, excepto a mudança.
Não podes banhar-te duas vezes no mesmo rio, pois novas águas correm sobre ti.
Tudo flui, nada permanece, conclui!

Os que se consideram desfavorecidos lutam para mudarem de vida, para terem outras condições, de forma a se sentirem iguais aos que estão bem e, os iguais lutam para superarem aos que estão em condições semelhantes.
Quando operamos mudanças dentro de nós, igualmente elas surgem no exterior, como as que se operam no exterior nos transformam e nos indiciam caminhos de mudança. Sem mudança não existe progresso, mas aquilo a que chamamos progresso também nos pode levar a regredir, fazendo-nos passar por situações de estagnação e desespero, por não termos ou não sabermos gerir esse progresso ou pelo choque que nos pode causar.
A certeza porém, é que ninguém muda ninguém, mas pode-nos influenciar numa qualquer mudança. Também existem coisas boas e coisas más que estão adormecidas dentro do indivíduo e que podem despertar ao fim de muitos anos. A renovação é tida como um dos maiores prazeres, havendo quem diga que se trata do verdadeiro progresso. Nada perece no Universo, mas isso não significa que as coisas não se transformem. A transformação é uma lei imutável e, na sua caminhada progressiva provoca a renovação e evidentemente a mudança. A mudança é, não só necessária como obrigatória. É uma norma da natureza, com condicionantes cósmicas. Sendo também verdade que não se muda quando se quer nem como se quer. Mudar o quadro mental das coisas, é pelo menos uma tentativa. No mínimo, escreva e concentre-se naquilo que se propõe mudar, visualize e sinta que dentro de si está a fonte dessa mudança. Tenha sempre algo forte como modelo ou como objectivo e deixe que o milagre aconteça!