10/22/2011

ACREDITAR


ACREDITAR, ACREDITANDO

Mesmo aqueles que dizem não acreditar em nada, acreditam em alguma coisa. Mesmo para viver temos que acreditar que vivemos, mas vivemos muito melhor quando acreditamos nas várias possibilidades que a vida nos dá. Podemos não acreditar em Deus, no Diabo num qualquer Céu ou Inferno, mas podemos olhar para dentro de nós mesmos e inventarmos deuses, diabos, céus e infernos. O que se acredita estar fora de nós podemos colocar dentro do nosso eu. Há quem faça da vida um inferno do nosso imaginário, esperando um dia, após a morte, encontrar a beleza de um céu. É preferível fazermos da nossa vida um paraíso com as portas bem abertas para o céu do nosso bem-estar, do respeito para o nosso semelhante, da alegria de viver e de muitos outros aspectos desse “milagre” que é a própria vida.

Existem crenças para todos os gostos. Umas nascem por questões geográficas, outras por interesse de certas organizações, outras porque preenchem certas necessidades e outras ainda, existem como de escudo invisível se tratasse, para proteger a fragilidade do ser.

Contudo, uma parte das crenças, não me referindo somente às religiosas, são mais negativas do que positivas e de certa maneira prejudicam mais do que estimulam. Nesta linha de pensamento, podemo-nos questionar acerca das crenças que têm como base o renascimento ou a reencarnação, já que, em todos os momentos da vida, respiramos e, respirar significa que repetimos o nascimento, a primeira respiração. Nascemos em cada momento e é esta beleza, a de estarmos permanentemente a renascer, que devemos guardar nos nossos corações.

Especulamos para nos confortar. Talvez porque é difícil aceitar a finitude da vida. A própria Bíblia diz que a morte é um sono sem sonhos e de que os mortos não são cônscios de nada. Se acreditarmos nestas sabedoras palavras, a morte è um sono, mas onde não se sonha, o que nos leva a crer que é ainda mais tranquilo, porque no sono dos vivos aparecem sonhos povoados de pesadelos e, se os mortos não têm consciência de nada, como é óbvio, nunca podem sentir estímulos como a dor. O pensamento budista diz que, para se perceber a morte, basta seguirmos por um caminho que não tenha ida nem volta. A vida é circular, onde o princípio e o fim estão no mesmo lugar.

Quando acreditamos e desejamos que as coisas sejam de acordo com o nosso acreditar, corremos muitas vezes o risco de vivermos de acordo com a nossa crença e rejeitarmos as crenças dos outros. Desta forma enveredamos por um caminho algo perigoso que pode desembocar naquilo a que chamamos fanatismo. Tem sido o aproveitamento desse crer ainda mais cego que tem sido explorado para promover violência, nas suas múltiplas variantes onde, a mais nefasta de todas é a guerra.

A fé, sendo uma convicção que não precisa de provas, tornando-se por vezes cega, por não querer ver mais nada, pode tornar-se igualmente perigosa.
Acreditarmos sim e vivermos com fé e força, para alcançarmos os nossos objectivos que sejam bons e positivos, não só para nós, mas também para os outros, é a melhor forma de abraçarmos as mais fortes e positivas forças do cosmos.


Prof.herrero ( mágico-escritor e pesquisador em parapsicologia académica