7/02/2011


FRIVOLIDADE

« Há pessoas tão superficiais e tão frívolas, que estão longe de ter verdadeiros defeitos como de ter qualidades sólidas”.
François de la Rochefoucauld


Viemos num tempo onde cada vez mais as relações das pessoas são dominadas pela frivolidade.
A vida, a que todo um processo, aparentemente evolutivo obriga, faz com que os sentimentos sejam alterados. Assiste-se como que, a uma tal transformação a nível da consciência, tanto do indivíduo em si mesmo como do mundo que o rodeia.
Podemos, tanto dizer, que os estímulos negativos exteriores modificam o indivíduo nas suas relações em casa, como o que se passa a nível familiar leva a um relacionamento frio com os outros, fora da família.
Sinais do tempo, dirão alguns. É evidente! Mas o que levou o indivíduo a sofrer esta transformação que parece caminhar para alguma coisa tipo caos?
Várias, ou todo um processo que ao longo dos tempos o tem aniquilado.
Há, nesta nova mentalidade, algumas variantes mais evidentes como a procura incessante de valores materiais. Criou-se uma necessidade muito forte de auto
– afirmação e busca de aumentar a auto – estima através dos objectos a que chama seus. O automóvel é um deles. É como quem diz: Mostra-nos o carro que tens e eu dir-te-ei quem és…
A informação ou desinformação manipula as suas crenças e leva o indivíduo a movimentar-se numa dimensão para a qual não está muito de acordo com a sua conduta de ser humano. O humanismo que devia circular nas suas veias deu lugar a um qualquer produto gélido. Desta maneira, em vez de ser gente, tornou-se um ser maquinal. Aos poucos os seus órgãos começaram a ficar uma espécie de peças. O cérebro aproxima-se de uma máquina calculadora ou de um computador portátil…
Voltaire considera que é a natureza que nos faz frívolos para compensar as nossas misérias.
Mas o que podemos fazer para mudar esta tendência?
A primeira atitude que devemos tomar é no sentido de uma nova consciência. A consciência de que o caminho da humanidade parece ser o do egoísmo e da frieza de sentimentos. Em suma o de se movimentar como uma máquina.
A partir da altura em que temos consciência desta auto-condenação, só temos é que despertar de forma a modificarmos o nosso comportamento. Este terá que ser essencialmente humanista, ou dentro daquilo a que levou a que se considerasse o animal, dito racional, um ser humano. Para isso tem que voltar a dialogar em casa, virando as costas à máquina (leia-se televisão), a dar atenção aos que o rodeiam, a sacrificar uma ida à bola, de quando em vez, para visitar alguém que precisa de uma mão amiga, quer no hospital, na cadeia ou num lar de idosos.
Cultivar o amor, a verdadeira amizade, a solidariedade e outros valores da “alma”, seria, se estes valores se generalizassem, os ingredientes certos para que a terra se tornasse num autêntico paraíso ou no tal céu inventado para lá do último suspiro. Os vivos é que precisam de um céu e são eles (nós) que temos contribuído para que a vida se transformasse num autêntico inferno.
Termino com uma citação de Marquês de Sade:
“A frivolidade não é o meu vício”

PROF.HERRERO-MÁGICO!!!

O SEU VALOR........


O SEU VALOR

“Uma coisa vale o que o comprador pagou por ela” (Syrus)

Já alguma vez pensou no seu próprio valor? Procure atribuir a si mesmo um determinado preço. Faça mais ou menos assim; em vez de se dividir em partes, considere a sua totalidade e dê-lhe um certo valor. Não lhe coloque valores demasiado altos, mas também não se ponha em saldos.
De acordo com o seu “preço certo” tomará consciência daquilo que lhe podem oferecer e, mesmo que a transacção não seja conseguida de imediato, os interessados acabarão por reparar que o seu valor está fixado. Aqueles que acharem que o preço está elevado, perguntar-se-ão que espécie de pessoa é, e o que na verdade o valoriza. Agora se não tiver essa noção, reduzir-se-á ao indivíduo barato, aquele que, cujo valor é pouco mais do que nada.
Veja que existe muito pouca gente interessada em algo sem valor. Até o pedinte repara na moeda que recebe e, se por vezes não a rejeita, é porque sabe que a sua condição não permite tal procedimento.
Ovídio, diz que não há caminho impossível para o valor.
De facto, você é aquilo que pensa que é e, se não se auto - valorizar, os outros também não vão dar grande coisa por si. Seja o seu próprio avaliador e procure fazer sempre um pouco mais por essa pessoa que é você.
Não me pergunte o que deve mudar. Isso é unipessoal. Cada indivíduo saberá como deve agir. Sim, agir! Ninguém operará qualquer mudança se não passar à acção. Contudo, vou dar-lhe algumas referências que podem ser ou não melhor para si:
1ª - Saia do vazio e ame a si mesmo.
Etienne de Senancour, refere que o vazio e a verdade opressiva estão no coração daquele que se procura a si mesmo: A ilusão arrebatadora não pode vir se não daquele que se ama.
Daquele que se ama. Reparou bem?
Melhore a sua imagem, independentemente das suas condições físicas. Desta forma, sentir-se-á melhor consigo próprio, ouvirá elogios e partirá para qualquer empreendimento com profunda segurança. Sentindo-se seguro, os outros também vão sentir essa vibração...
2ª - Não seja negativo.
Deixe de falar mal de si, da vida e dos outros. Se for um crítico negativo, receberá como troca uma impressão negativa. Os outros dirão: Se ele fala dos outros, desta maneira, também é possível que faça o mesmo em relação a nós. Como pode aperceber-se, esta não será a melhor maneira de o valorizarem. De igual modo, como é que quer que gostem de si, se você é o primeiro a achar que não presta? Será que alguém gosta de quem está sempre a falar mal da vida? Acha que pode ter progressos na estrada do positivo se a sua conduta não mais é do que cruzamentos perigosos?
3ª - Escolha as palavras.
Pitágoras, considera que as palavras são os suspiros da alma.
Bem, na minha opinião, as palavras nem sempre espelham o que vai na alma. Os gestos, o olhar e as outras formas de expressão, mais subjectivas, indicam mais correctamente os tais suspiros da alma.
Apesar de toda esta consideração, as palavras continuam a ser a melhor forma de comunicarmos com os outros, razão pela qual, devemos dar uma grande atenção às coisas ditas. O melhor ainda é procurar mudanças dentro dos pensamentos. Pensamentos diferentes e conhecimentos diferentes, fazem surgir palavras igualmente diferentes...
Seguindo este percurso, saberá certamente alcançar outros meios de se valorizar. Esforce-se por ter mais saúde, mais conhecimentos, melhorando desta maneira a subida na escada profissional. Igualmente aproxime-se cautelosamente dos que já são considerados com valor. A melhor maneira é explorar algo que os outros possam admirar. Se puder e, com certeza que pode, procure ser considerada uma pessoa diferente. Prima por alguma diferença. Perceba que o mundo está cheio de gente semelhante. O sempre igual ou parecido provoca monotonia e esta produz cansaço, sonolência e algum esgotamento.
Agora que está pronto para fixar o seu valor, procure mantê-lo.
Embeleze a sua alma e verá que ela se reflecte no seu corpo, na sua conduta, nas suas relações e no seu viver. Olhe para o seu rosto e pense como Marcel Jouhandeau que considera ser o rosto o verdadeiro brasão de cada um...
Para a semana vamos discutir a felicidade. Será que Goethe tem razão quando diz, que feliz é apenas aquele que ama ou Oscar Wilde quando afirma que um homem pode viver feliz com qualquer mulher – desde que não a ame. Aceito sugestões!

Prof_herrero@hotmail.com

SOM BINAURAL


O DINHEIRO

Falar de dinheiro, é como fazermos referência a um deus ou a um diabo, por se tratar de algo que vale e tem a força que lhe damos. A adoração que muitos lhe têm é semelhante á crença divina, enquanto outros desprezam-no como se tratasse de um força diabólica. O certo é que, tal como qualquer moeda, tem duas faces, ambas de metal, podendo-se dizer que de um lado está o bem e no outro o diabo porque, embora o dinheiro não passe de papel ou metal, é o homem que representa o bom ou o mau que lhe é atribuído, sendo também o próprio homem que tem que ser responsabilizado pelo que faz e da forma como o utiliza.

Fermin de Alcaraz diz que: Há no dicionário três palavras que causam a ruína do rico e três outras que causam o bem-estar do pobre; as primeiras são «luxo». «ambição» e «soberania» as segundas, «trabalho», «honradez» e «poupança».

O dinheiro favorece todo o tipo de loucuras ao ponto de haver quem encomende a morte de outros com um punhado de moedas. Países entram em guerras por um poço de petróleo, sem qualquer respeito pela vida humana, existindo até quem venda a alma quando vê luzir as chapinhas metálicas. Quantas pessoas estão em listas de espera, para serem tratadas por meios médicos? Por vezes levam meses e até anos, à espera de uma consulta ou de uma operação cirúrgica. É evidente que, quem tem dinheiro para se tratar, consegue com rapidez acesso aos meios adequados de tratamento. Nestes casos o dinheiro tem uma faceta divina, enquanto aqueles de bolso vazio, em desespero, com fome e com doenças por tratar acham que não ter dinheiro é o diabo.

A maior parte das fortunas encerram grandes segredos e, apesar do dinheiro não dar felicidade, penso que não haverá alegria entre aqueles que, de barriga vazia, se embriagam nas ideias do nada ter. Contentar-se com pouco não é preocupante, o que preocupa muita gente é perceberem que mais dia, menos dia podem tudo perder…e perdem, porque ninguém leva, seja o que for, para as regiões ignotas de uma qualquer dimensão ou Além.

Muita gente vive pobre e morre rica. Acumula riqueza, mas faz vida de pobre, só para não gastar e, depois de morrerem, outros se apoderam daquilo que amealharam gananciosamente durante uma vida inteira … Ricos com mentalidades pobres, e de tanta pobreza de espírito tornam-se estúpidos.

Jean Jacques Rousseau diz que a igualdade na riqueza deve residir em que nenhum cidadão seja tão rico que possa comprar outro, nem nenhum tão pobre que precise de se vender.
O dinheiro tanto leva um indivíduo a sentir-se um escravo como um senhor, mas o ambicioso desmedido passa por cima da família, dos amigos e até dos próprios irmãos, para atingir os seus doentios objectivos.
O dinheiro é um mal necessário, que atrai falsos amigos e verdadeiros traidores.