10/12/2014

ALUCINAÇÃO

ALUCINAÇÃO

A cada momento, ouve-se dizer que a vida é alucinante, que os preços sobem de forma alucinante, que os afazeres levam-nos a correr de forma também alucinante mas, também podemos dizer que as pessoas, na sua maior parte, vivem na base de alucinações, algumas produzidas pela força do querer, do desejar, do não ter e também do não desejar.
Segundo a Associação Psiquiátrica Americana, considera-se alucinação, a percepção sensorial sem o estímulo externo do órgão sensorial correspondente, o que quer dizer que os cinco sentidos que percebem materialmente o que se passa, podem sentir as mesmas coisas sem que exista o objecto físico. Desta forma, podemos ver coisas inexistentes, ouvir sons que também não existem, sentir na pele o que só a nosso imaginário inconsciente cria, como podemos ser “enganados” pelas nossas pupilas gustativas ou pelo nosso olfacto.
As alucinações podem ter como causa, certas lesões ou infecções cerebrais, ditas patológicas, certos distúrbios psicóticos como na esquizofrenia e na epilepsia e também podem acontecer nas psiconeuroses. Mas não são propriamente destas que gostava de  vos falar, mas daquelas que se produzem em qualquer pessoa, dita normal. É bom também salientar que existem alucinações positivas, como as já mencionadas, como ver o que não existe, como também existem as negativas que, como exemplo, podemos referir o que não se vê e fazermos referências como existam de verdade.
As alucinações também podem ser provocadas através da modificação da consciência, como nos casos em que os pacientes que são hipnotizados, obedecem às sugestões do operador, como também, as drogas alucinogénias podem provocar alucinações, para não falar noutros estímulos que também as podem provocar, como é o caso do exagerado consumo de álcool…
Mas há, quem tenha alucinações que, cientificamente não são propriamente alucinações mas que alucinam. Falemos de desejos, fisicamente não concretizados que, de tantas vezes repensados e desejados, pela impossibilidade de os concretizar, levam a criar quadros mentais de um delírio alucinante. Como é que alguém pode sentir o que existe só no imaginário, com pouco ou nada físico pelo meio, pode fazer com que essa situação supere o visível e o contactável, de uma forma intensa e tão perturbadora que ultrapasse aquilo que existe, no que se chama de real? Pois é!
É que o real e o imaginário confundem-se. Entre estas duas funções, e no que as difere, só existe o pensamento do acreditar…
É que, como digo várias vezes, nada é concretizado sem ser imaginado. Ao ser pensado, o pensamento ganha forma de uma verdade e, aquilo que para os outros é mentira, é para o próprio, verdade com todas as letras. É este tipo alucinatório, onde o que o que não existe como objecto físico torna-se bem sólido, é que faz alterar ou modificar a percepção das coisas e dos valores das mesmas. As alucinações, tal como os sonhos, têm funções, até terapêuticas, para o indivíduo e são, ainda mais fortes ou reais, quanto maior é o poder imaginativo da mente de quem as produz. Amar o desconhecido, viver por ele como obsessão compulsiva, parece não ter sentido, mas tem. Basta observarmos o mundo à nossa volta. Quantas pessoas amam Deus, sem terem provas algumas de que existe? É só uma questão e fé! O mesmo se passa em relação aos anjos, gnomos e salamandras, com diabos pelo meio, forças malignas e tantas outras coisas que nos podem levar a repensar as teorias do monismo que dizem, por um lado, que só o
pensamento é real, e o corpo era algo aparente, e numa outra corrente filosófica, só o corpo é real e o pensamento, não mais é do que algo aparente. Hoje o corpo e o pensamento são uma única coisa, a alma do indivíduo, o ser completo!


Prof.Herrero ( mágico-escritor)