1/15/2012

A LEI DA ACELERAÇÃO


HOJE QUANDO ACORDEI

Ainda o galo não cantava, nem se ouvia o barulho estridente das motos e dos carros que anunciam o labor de mais um dia. Quando despertei, a primeira sensação que tive, para lá das tão regeneradoras espreguiçadelas, foi em jeito de apetite. A louca ideia de beber um litro de gasolina e pôr-me a acelerar, sem destino certo, porque numa outra perspectiva o destino, como tal, seria certo.
É evidente que esta ideia de beber só um litro de gasolina, levará muita gente a comentar, onde pode ir um indivíduo com tão pouco combustível? Já sabemos que não dá para muito, mas o honesto trabalhador tem que se contentar com pouco e, no meu caso, um litro chegava, porque o que eu queria mesmo, era acelerar, fazer-me deslocar a altíssimas velocidades, porque talvez, desta maneira, eu me sentisse livre, talvez pudesse ultrapassar as crises, ou não me deixar apanhar pelas que vêm a seguir. Eis que, a conclusão é de agora mesmo, acabei de criar uma nova teoria, qual Einstein, com a sua teoria da relatividade? A minha chama-se teoria da aceleração.
Seguindo este princípio todas as coisas podem ser aceleradas e desaceleradas e, como alguém já disse, a aceleração é a rapidez com a qual a velocidade de um corpo varia ou a velocidade da velocidade.
Às vezes, mesmo com o meu corpinho parado, os meus pensamentos andam cá com uma velocidade e, quando os acelero nem queiram saber. Pois é aqui que alguma coisa não joga bem. Ou os meus pensamentos são um corpo, daí poder ser sujeito a velocidades, tipo de penso e já está, ou as teorias de velocidades não tomaram isso em consideração. Não pensaram que tínhamos pensamentos que, tal como um corpo, movimentam-se através de acelerações.
Mas voltemos à minha sábia “teoria da aceleração”. Primeiro, devemos estar sempre preparados para acelerar. É no acelerar que está o ganho. Senão vejamos: temos que acelerar quando nos apercebemos dos ladrões, mas também dos agentes da autoridade, por estes arranjarem sempre motivo para nos coimar. Igualmente temos que acelerar do fisco, dos impostos e dos que nos querem enganar ou burlar. Depois é a Asae, os sucessivos aumentos injustificados e com os bancos a falirem e as seguradoras a abanarem, temos que ganhar mais velocidade e guardarmos o dinheirinho, para quem o ainda tem, debaixo da almofada…
A minha “teoria da velocidade” dá para tudo e, como os exemplos são quase todos importados dos amigos americanos, também temos de procurar saber como tiveram pernas para fugirem dos furacões. Tudo uma questão de velocidade, cá está! Para haver velocidade temos que acelerar e, se perguntarmos ao génio Albert Einstein qual é o ponto-chave da relatividade geral, ele responde com outra questão:”por que somente um objecto se sente acelerado?”. Pois esse parece ser ainda um tema de discórdia tanto para cientistas como para filósofos desde o tempo de Newton. Exemplificando-se com a questão que pode ser trazida para a actualidade. Se eu acelero para fugir da crise, posso sentir as coisas também ao contrário. Posso ter a percepção de que é a crise que acelera para se afastar de mim. Há, há, há, há!!!!
O que importa é acelerar. O que conta é a velocidade que imprimimos às coisas, mesmos que todos dias hajam mais teorias. Queremos é resultados, pois é por isso que aceleramos.
Uma das formas que existem para o homem se defender é a fuga. Fujamos, mas sem nos esquecermos de acelerar…
“Mais vale dever a sua salvação a uma rápida retirada do que sofrer a lei do vencedor”-Homero.
Autor: PROF.HERRERO