7/24/2011

EGOÍSMO


O EGOÍSMO

É impressionante como, cada vez mais, as pessoas mostram, a partir de pequenos actos, como estão cada vez mais egoístas, frias, distantes, como lhes tivessem destruído a parte afectiva e lhes injectassem o soro de frivolidade… colectiva!
Talvez seja um pouco isso que está a acontecer, reflectindo-se tudo isto nas mais díspares acções, sendo as mais visíveis, aquelas de todos os dias, que deviam começar com um bom dia, o que raramente acontece, e com desconhecidos quase nunca. Alguns até ficam desconfiados, perplexos e intrigados por haver quem os cumprimente, quem, não sendo das suas amizades, tenha a ousadia de lhes dizer olá…
O egoísmo, é certamente um sentimento negativo que prejudica mais o próprio do que os outros. Por não se interessar pelos semelhantes, causa-lhes um certo tipo de sofrimento, mas arruína-se a si mesmo, pelas enormes dificuldades e problemas que sofrerá ao longo da vida.
A partir dos egoístas, nascem um indeterminado número de fracassos da humanidade e, quanto mais egoísta um individuo é, mais perigoso facínora se pode tornar.

“O egoísmo inspira tal horror que inventamos a cortesia para o ocultarmos, mas ele atravessa todos os véus e transparece em qualquer encontro.” – Schopenhauer.

Apesar de todas as pessoas procurarem uma recompensa para aquilo que fazem, por nada se fazer sem uma contrapartida, não me parece que seja isso que torna um indivíduo num egoísta. O egoísta é quem tem uma paixão incontrolada por si mesma, que difere do amor-próprio e da auto-estima. Gostar muito de nós, não quer dizer também que sejamos egoístas, porque o egoísta não gosta é dos outros, por isso centraliza, todo o poder, todas as coisas, nele mesmo, como fosse o dono do mundo.
Igualmente há quem faça o mal, quando podia fazer o bem, talvez também por egoísmo, mas também porque é portador de outras problemáticas, provavelmente associadas a um certo masoquismo.
Interessamo-nos mais pelos outros quando sentimos que se interessam por nós, mas se nos interessarmos pelos demais sem esperarmos nada em troca, recebemos muito mais do que imaginamos. Interessarmo-nos por alguém é dar atenção e o jogo da atenção é de uma beleza tão grande que ajudaria a humanidade a viver em equilíbrio, com mais amor, mais paz e menos sofrimento. Se fossemos educados com o “jogo de atenção”, a partir do nascimento, ou quase, o egoísmo não teria expressão.

“ Transformar uma árvore em lenha poderá dar uma bela fogueira, mas já não dará flores nem frutos.” – Tagore.

Mas, infelizmente, o egoísmo está cada vez mais patente na forma se ser e de estar do ser humano, começando por aqueles que estão à frente dos interesses, que deviam ser públicos, mas que desenvolvem maneiras bem conhecidas de todos, de um egoísmo doentio. Por isso os pobres estão numa miséria inadmissível, os doentes “sem saúde”, os velhos, abandonados nas esperas, até para irem para um lar, enquanto muitos, egoisticamente, tornam-se corruptos. Nos dias de hoje, nada disto tem cabimento, a não ser porque tudo é feito, pela paixão incontrolada por eles mesmos… pela ganância de poder e, as riquezas que possuem, fazem com que alguns se sintam deuses na terra. Aqui estão os demónios, porque os deuses têm que estar nos céus, nesses lugares incognoscíveis que muita gente sabe nunca poder alcançar. Os egoístas, esses, ficam possessos com tanto veneno que têm dentro dos seus próprios corações

PROF.HERRERO