11/30/2009

CRISE


COISAS COM CRISE

Quando o sono não nos leva para uma completa reciclagem e a vontade de estar desperto nos favorece a corrente de pensamentos, apetece ficar à espera de mensagens de uma qualquer galáxia que nos indique um caminho que nos leve a novas descobertas ou a soluções para resolução do que temos ainda para solucionar. Talvez seja uma ideia errada procuramos na noite o que o dia não se disponibiliza a dar mas, por outro lado, sentido a paz e a tranquilidade que a parte nocturna nos transmite, não seremos tão atacados pelo lixo tão poluente de conversas e observações que nos acompanham um pouco por toda o lado que, mais coisa menos coisa, vai ter sempre à questão mais
abordada nos últimos tempos e que em português tem um nome sonante pela negativa, denominado de crise!

Não, não encontrei qualquer solução, pelo menos, por enquanto, não querendo isto dizer que não possa acontecer ainda, porque faltam três horas até que o galo cante. Os galos sempre cantam, anunciando o alvorecer, o que corresponde para muitos ao erguer ou ao despertar para sentirmos de novo ao que os matutinos se referem. Para grande espanto de muitos (pausa para rir), os jornais voltam a falar de crise e seguem-se as rádios, as televisões. Toda esta informação, faz com que as conversas não saem disto e, como tal, o corpo do indivíduo reclama cada vez mais por paz, o que pode encontrar em algumas horas da noite.
É evidente que esta conversa não nos leva a algum lugar e nada, absolutamente nada resolve mas, como bom português que sou (linguagem de político, não a minha), até minimiza os efeitos desta situação, se nos rirmos dela.
Certamente já ouviram os nossos humoristas basearem o seu desempenho, tendo como pano de fundo a crise, os bancários ou os políticos. Tudo isto inspira muitos artistas
e até os poetas, trocam os poemas de amor por poemas que referem a crise. Quer isto dizer, que rir continua a ser o melhor remédio, já que para ela, não me parece que haja solução imediata.

Estas crises, influenciam-nos a tal ponto que, eu próprio, vinha falar sobre a noite e, sem me aperceber, comecei a comentar a crise.
Há, como achei piada saber que o Sr. Presidente da República passa horas por dia a responder a e-mails dos cidadãos. Só para ter uma resposta de Sua Excelência, o presidente deste país, caído num buraco sem fundo, vale a pena ser português. É mais valioso receber um e-mail do que um autógrafo de tão proeminente figura e, daqui a uns anos, até ajuda nesta ou noutra crise, quando forem vendidos em leilões da internet.
Faz-me até lembrar, a quase Santa Lúcia que, pelo que dizem, era viciada nestas tecnologias electrónicas. Será que chegou a enviar algum e-mail às entidades celestiais a pedir para nos aliviar da actual crise?

Desculpem de, volta na volta, estar a falar no mesmo assunto mas, como toda a gente, sou influenciado, consciente ou inconscientemente, por esta virose que, não mais quero referir.
Como os supersticiosos, falar de certas coisas, dá azar e os positivistas que defendem teorias tipo “ O Segredo” acham que podemos desenvolver as leis da atracção e, como tal, tanto podemos atrair o lado bom ou o lado mau das coisas…

Por isso, volto a dizer de forma peremptória, não falo mais na crise!

MUDANÇA

MUDANÇA

Esta é a altura que mais sugere mudança. Mudar parece ser a palavra de ordem. Mudar para melhor, obviamente. Parece que toda a gente quer mudar, desejando transformar ideias e comportamentos negativos em energias positivas. Mas o ser está constantemente em mudança, mesmo que não se aperceba. Ninguém é o mesmo, de momento para momento, só a memória identifica o indivíduo, embora a transformação seja lenta, tal como o ponteiro dos segundos nos relógios do tempo que, por mais que estejamos com atenção, não conseguimos ver a sua marcha. A nível de células acontece o mesmo. Elas estão permanentemente a transformar o ser, mas quem está a vê-lo, de forma assídua, não se apercebe dessa transformação.
Mas não é propriamente destas mutações que a minha pena quer escrever, mas sim sobre a mudança do ser e do meio que o envolve. Nesta base, veja-se a quantidade de argumentos que são apresentados, quer em livros, quer em palestras, em cursos e nos diferentes meios de comunicação. Mas a mudança, embora necessária, acarreta riscos. São os casais e os desentendimentos, as famílias, os empregos e desempregos e em tudo o que achamos que mudar para melhor nos pode trazer a felicidade.

“ Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades.” – Luís de Camões.

Confúcio acha que, quem pretenda felicidade e sabedoria constantes, deverá habituar-se a mudanças frequentes e, Heraclito diz que o Sol renova-se todos dias, não deixando por isso de ser eternamente novo.
Nada é permanente, excepto a mudança.
Não podes banhar-te duas vezes no mesmo rio, pois novas águas correm sobre ti.
Tudo flui, nada permanece, conclui!

Os que se consideram desfavorecidos lutam para mudarem de vida, para terem outras condições, de forma a se sentirem iguais aos que estão bem e, os iguais lutam para superarem aos que estão em condições semelhantes.
Quando operamos mudanças dentro de nós, igualmente elas surgem no exterior, como as que se operam no exterior nos transformam e nos indiciam caminhos de mudança. Sem mudança não existe progresso, mas aquilo a que chamamos progresso também nos pode levar a regredir, fazendo-nos passar por situações de estagnação e desespero, por não termos ou não sabermos gerir esse progresso ou pelo choque que nos pode causar.
A certeza porém, é que ninguém muda ninguém, mas pode-nos influenciar numa qualquer mudança. Também existem coisas boas e coisas más que estão adormecidas dentro do indivíduo e que podem despertar ao fim de muitos anos. A renovação é tida como um dos maiores prazeres, havendo quem diga que se trata do verdadeiro progresso. Nada perece no Universo, mas isso não significa que as coisas não se transformem. A transformação é uma lei imutável e, na sua caminhada progressiva provoca a renovação e evidentemente a mudança. A mudança é, não só necessária como obrigatória. É uma norma da natureza, com condicionantes cósmicas. Sendo também verdade que não se muda quando se quer nem como se quer. Mudar o quadro mental das coisas, é pelo menos uma tentativa. No mínimo, escreva e concentre-se naquilo que se propõe mudar, visualize e sinta que dentro de si está a fonte dessa mudança. Tenha sempre algo forte como modelo ou como objectivo e deixe que o milagre aconteça!