2/08/2013

MAGIA PARA CRIANÇAS

O CAMINHO


O CAMINHO


            Todos nós procuramos um caminho que possa ser entendido como o nosso caminho. Incessantemente desejamos encontrá-lo. Ultrapassá-lo é como se nunca o tivéssemos atingido.
            A sensação de que precisamos encontrá-lo pode durar uma vida, existindo igualmente a ilusão de que não conseguimos chegar a ele, embora estejamos a percorre--lo. A maioria afirma ainda não o ter encontrado. Ao desejarmos outro, será que fizemos alguma coisa para mudarmos o sentido dos nossos movimentos?
            O nosso caminho é algo subjectivo, existindo só no nosso imaginário. Apesar de tudo isso é completamente compreensiva a busca que fazemos para o encontrar.
            O primeiro ponto fundamental é criarmos dentro de nós razões fortes e alicerces seguros que nos preparem para a mudança.
            O segundo ponto é a orientação. Nunca partimos para qualquer viagem sem um destino pré-estabelecido. Devemos, desta maneira, estar munidos de um mapa, de uma bússola e de outros elementos que nos facultem a deslocação no nosso caminho.
            O entusiasmo é de grande importância. Temos que empreender a mudança de rumo com prazer. Ninguém deseja mudar para pior. Sem entusiasmo nunca poderemos fazer algo de grande. Tornamo-nos peregrinos da mediocridade. O espírito critico é também necessário. Permite-nos ter uma ideia mais aproximada e visualizada do caminho que procuramos.
            Uns preferem que seja ladeado por árvores, outros desejam-no com flores, outros ainda, querem-no cortado por vários cruzamentos…
            Devemos, igualmente, ter consciência que o nosso caminho só é perfeito por ser nosso. Significando que aquilo que é bom para os outros não quer dizer que seja para nós.
            A mesma consciência deve ser dirigida para os defeitos. Todos os caminhos têm defeitos, quer em forma de buracos, quer em termos de piso, quer mesmo pelas suas curvas e lombas. Como diz Syrus, o maior defeito é a ignorância dos defeitos.
            O nosso caminho pode tornar-se numa busca compulsiva por defeito de adaptação a um qualquer caminho. Ele encontra-se sempre dentro de nós. Quando temos a ilusão da sua descoberta, não mais é do que a projecção daquilo que foi construído dentro do nosso pensamento, fabricado pelas nossas ideias e ideais. Ele espelha a nossa felicidade e os nossos objectivos. Queremo-lo asfaltado de paz, de harmonia e de prazer. Representa liberdade, amor e até infinito. Ele é o nosso ideal. Vilhem Douglas põe em questão a escolha do ideal e afirma: “Não se escolhe o ideal: é o ideal que te escolhe a ti”.
            A maior parte tem tendência para olhar o caminho por cima da cabeça, como algo que se espera dos céus. Desvaloriza o que pisamos, quando levamos a vida inteira a pisar coisas. Não fazemos nada sem pisar! O mundo movimenta-se por um caminho diferente de como o vemos. Os amigos, por mais que se esforcem, nunca conseguirão ser tão sinceros como os inimigos. Não é o pior que é inimigo do bom, mas sim o melhor. Os fortes não se irritam com facilidade por não ligarem a coisas menores, mas os fracos sim. Forte é aquele que suporta, porque os fracos nada aguentam.
            O nosso caminho, deve ser percorrido com todas estas coisas bem analisadas porque, senão, corremos o risco de nunca o encontrar.
           
Prof.herrero (autor)