1/12/2011

QUERO LÁ SABER


QUERO LÁ SABER…

Manílio diz que cada pessoa é uma pequena imagem de Deus. Pois bem, para alguém concluir tal hipótese tem que conhecer as pessoas e conhecer Deus, o que eu duvido. Contudo, tanto Deus como as pessoas podem ser vistas por diversos ângulos e o que cada um vê é com cada qual. Não quero saber, nem me abre o apetite à discussão, porque é assim: em relação às pessoas serem pequenas imagens de Deus, Deus teria que ser frágil, ambicioso pela negativa, maldoso, corrupto e tantas coisas mais atribuídas ao homem e que demonstram bem o abismo existente entre um Criador e os que foram criados por Ele. Se, para termos uma ideia de Quem nos criou, olhamos para a sua obra, que somos nós, e achamos que alguma coisa deve estar errada, porque o produto acabado é feito de uma matéria de tal forma corrosiva que não deve existir moldes divinos para formar tais absurdos mas, como diz Santo Agostinho, consegue-se compreender melhor a DIVINDADE ignorando-a, o que nos leva a outra situação, ou a divindade é filha da ignorância ou Deus criou-a, como uma forma de sabedoria, para se perceber o divino, o que pressupõe um mundo de coisas absurdas. O não-saber, neste caso é igual ao saber e, se assim é, não existe razão para se avançar para lá da ignorância, por ser só desta maneira que se compreende melhor as coisas, mesmo as divinas.
Aristóteles diz, entre outras coisas, que Deus é no mundo, como um maestro é para a orquestra, ou o comandante é para o seu exército. Ora bem, mais um pensamento pouco pensado. Deus nunca pode ser comparado a um maestro ou a um comandante. É evidente que existem bons e maus maestros, mas a ideia dos que aceitam Deus, nunca poderá ser a de um mau comandante ou de um mau maestro, porque estes “predicados” só podem ser atribuídos aos homens, senão porque andaria tudo “à batadada?”. Deus só tinha que ter uma orquestra afinadinha e um exército bem alinhadinho…e não andar cada um a marcar passo para o seu lado, que é o que acontece, por nos ter sido dado “o livre arbítrio”.
Como diz Mazzini, Deus existe porque existimos; vive na nossa consciência, na consciência da humanidade, no universo que nos circunda.
Mas a questão que pode ser levantada, é se Deus deixa de existir quando perdemos a consciência ou quando deixamos de existir. Neste pensamento, Deus só existe porque foi criado pelo homem logo, quando este perde a consciência ou deixa de existir, Deus não tem mais razão de existir também.
E o resto que foi atribuído à criação de Deus? Das plantas aos peixinhos, dos oceanos ao firmamento, da formiga ao elefante?
Quer dizer, como sem pessoas não existe consciência e sem consciência não existe Deus, os outros seres só podem existir numa anarquia desgovernada…” sem comandante ou maestro”.
Por minha parte estou-me nas tintas. Quero lá saber? Nem pedi para vir nem para partir, e não estou para estragar a minha “mona” com questões que não me levam a parte alguma. Não estou contra os que aceitam e os que não aceitam Deus e, quer exista ou não, não é por eu acreditar ou não acreditar na Sua existência que Deus existe ou deixa de existir.
De resto como afirma J.G. de Araújo Jorge, Deus fez o homem, nós fizemos Deus. Estamos quites.
Quero lá saber…

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